Sentimento de perda. Uma perda irreparável, pelo menos do ponto de vista da música, já que ela deixou um legado para os fãs que ajudaram a ressuscitar o soul, o R&B e a Black Music, trazendo um pouco de cultura inteligente à geração XXI, acostumada apenas com Eminem, Rihanna, Lady Gaga, Justin Bieber e Britney Spears. E por falar em Black Music, que ironia, não? Uma inglesa, branquela e esquisita cantando igual ou até melhor que os negros das décadas de 1960 e 1970, numa linha musical que era o forte dos EUA.

Não me interessa se ela entrou para o famoso (e mórbido) “Clube dos 27”. Não me interessa também saber do que ela morreu: overdose ou gripe, como bem brincaram algumas pessoas na internet. E acho que a graça está justamente aí. No mistério.

Hoje pela tarde, discutindo sobre esse assunto, ouvi alguns comentários de minha mãe, e algumas outras pessoas que disseram: “Puxa! Tão boa cantora! Fez muito sucesso, mas pena que se envolveu com as drogas e acabou com a vida desse jeito”. Eu não penso assim. Talvez por eu ser estranho demais. Mas penso que tudo que ela viveu permitiu que se tornasse a lenda (morta) que é hoje, incluindo o uso de drogas. Talvez se ela fosse certinha demais tivesse se tornado a Sandy britânica. Mas, como alguém comentou pelo Twitter afora, ela preferiu seguir a linha “Tim Maia”.

Se foi feliz? Nunca saberemos, pois esse sentimento foi embora com ela. Mas fez muita gente feliz.

É uma pena que tudo o que é bom dura pouco. Como uma vez já cantou Billy Joel “Only the good die Young”. Mas o que importa não é a duração de algo, e sim a intensidade da experiência.

Por isso, hoje deixo meu tributo e minha singela homenagem.

À Amy Winehouse.

 

Sobre Felipe Severino

Paulista, registrense de nascimento, cananeense de criação e penhense de coração.

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